Estivemos na ExpoRevestir, feira que acontece anualmente aqui em SP com as últimas novidades em materiais e revestimentos, na quinta-feira.
“Mas só agora vocês vão falar sobre isso?” Sim! Vimos muita gente por lá (multiplica o muito que você imaginou por 3) num frenesi de postagens, fotos, vídeos e transmissões online. Percebemos então que vocês já sabem de todos os lançamentos, todos os materiais e da última cuba lançada. Então a gente preferiu esperar, entender o que viu por lá, absorver toda aquela informação (a gente volta sempre exausta - no bom sentido - pela quantidade de informação que entra de uma vez só) e só depois, com calma, sentar e escrever sobre.
Não, a gente não quer ser “diferentona”. Foi mais uma vontade de fazer dessa forma mesmo. E essa “vontade” de fazer isso com mais calma tem um link direto com uma das tendências que a gente observou por lá. Olha que coisa! Algo que a gente sente ter ligação com um material que possa estar sendo lançado. Em resumo: tudo está conectado nos dias de hoje!
Mas a pergunta que não quer calar é: você também está sentido essa vontade de fazer as coisas menos no automático, com mais calma e com mais sentido? Pois é. Já ouviu falar no slow living? Já é uma expressão antiga, mas começou a fazer mais sentido agora (pelo menos pra gente), numa escala menor - ou inicial, quem sabe. (Se não ouviu falar, Google it já!)
Tá, mas o que isso tem a ver com a Revestir desse ano?
Com essa calma que esperamos para falar sobre o que vimos na feira, conseguimos enxergar alguns pilares do slow living por lá: materiais "simples", entre aspas pois foram pensados para passarem essa sensação mas que, com certeza, tem muito trabalho por trás, com toque natural que remete a essa procura por um ritmo mais lento, que trazem a sensação de conforto e tem ar minimalista. As cores terrosas, próximas as cores que encontramos na natureza, com tons mais sóbrios também se encaixam nessa tendência (vamos chamar de tendência, mas com muita modéstia, já que é a nossa visão sobre o que vimos por lá, tá?)
O conceito japonês wabi-sabi também tem ligação direta com o que vimos por lá: a aceitação do imperfeito, a valorização do rústico e do natural. A reprodução desse conceito - que fala sobre aceitar o “imperfeito, impermanente e incompleto” - em materiais novos que reproduzem lasquinhas quebradas, tortuosidades e marcas do tempo faz sentido? Ainda não chegamos a uma conclusão sobre isso e possivelmente nunca chegaremos (#honestas), mas a sensação de aconchego e conforto que esses materiais trazem, mesmo que com imperfeições fabricadas, validam seu uso, afinal trazer boas sensações a quem vai entrar em contato com esses materiais é o que realmente conta.
Toda essa vertente de conceitos naturais não cancela ou diminui as outras tendências que vimos por lá (sim, elas podem co-existir em harmonia): em contraponto ao minimalismo vimos diversas estampas maximalistas, em padronagens que cobriam paredes inteiras e cores vibrantes em muitos materiais.
Na nossa visão, o que ainda segue firme e forte:
. As peças com cara de cimento / concreto seguem em frente em incontáveis padrões, texturas e cores;
. Os materiais que remetem ao granilite, que vem já há dois anos disputando a soberania de peças que remetem ao cimento / concreto e agora começam a surgir em cores mais interessantes, como o bordô apagado da Castellato;
. Peças com relevo, como os incríveis ripados, que vimos solitário numa única marca no ano passado na feira, e esse ano já se multiplicou e ampliou a gama de cores: as que tem acabamento que lembram madeira são nossas preferidas para quando não é possível usar a madeira de verdade. Destaque também para o porcelanato da Portinari que lembra muxarabis de madeira;
. A cor rosa e suas diversas tonalidades. Vimos em quase todos os estandes pelo menos alguma peça em rosa, do millennial ao cereja;
E o que achamos que vamos ver cada vez mais:
. Tons terrosos ou que remetam a cores naturais;
. Elementos simples mas que tragam sensação de conforto, destaque para a linha Puro de Cecilie Manz para a Portobello, que exemplifica tudo o que explicamos acima sobre o slow living;
De qualquer maneira, entra ano, sai ano, tendências surgem e desaparecem, mas a máxima do "seu espaço deve ter a ver com você e fazer você se sentir bem e feliz nele" continua reinando soberana, para sempre.
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